Gerson Brandolt
Mais um dia se anuncia e me pega transnoitado
Sorvendo um mate lavado e repassando a vida
A noite fica comprida se o pensamento encilhado
Tranqueia rumo ao passado repassando a vida
Não tenho o mesmo entono carrego o corpo surrado
Quando moço abarbarado no costeio da potrada
Hoje a estampa judiada e arrocinada do tempo
Retrata no pensamento um quadro de gauchadas
É potro que arrasta o toso, um domador que se agarra
Malino que se desgarra as marcações de domingo
A enfrenada dum pingo pra ser bueno e de confiança
É a vida com seus tirões que aos poucos nos amansa
Vou eu e este silêncio amadrinhando a madrugada
Com a alma emponchada e sovada de sentimento
Desquinando um tento da lonca do coração
Sorvendo um mate saudoso no templo que é meu galpão
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