"O campo deve ser retratado de forma simples e direta, para que o homem campeiro se encontre de maneira fácil nos quadros retratados. Esta é a forma de expressão músical de Gerson Brandolt e Beto Villaverde."Palavras de um amigo em comum da dupla, exemplificando a musicalidade dos mesmos
que a cada verso trazem o cotidiano atual dos homens que habitam os campos da pampa do Rio Grande.
COMO CAPÃO PRA CONSUMO
Gerson Brandolt
Atiraram a estância véia bateu o desmanzelo
Quem te viu em outros tempos cuidada com tanto zelo
Era os "mimo" do patrão que era índio campeiro
Morreu deixou a morruda pro desfrute dos herdeiros
Soltaram a boca da égua desde então é venda e venda
Gastando forte no povo despovoaram a fazenda
E a peonada dele mate arrinconados nas casas
Fogo grande e carne gorda pingando graxa ns brasas
Esta bem como o diabo gosta e a tendência é so piorar
Pois sendo pra botar fora sempre tem um pra ajudar
É como diz o ditado corre por conta não cansa
O patrão vive nas festas gastando os trocos da herança
Disparou a gata com a soga e vejam a situação
A indiada só fala em laço e gineteada no galpão
O capataz faz a ponta e a coisa corre a vontade
Treino forte todo o dia pros rodeios na cidade
A tropilha que era linda hoje em dia é um assombro
Queimados de lado a lado serviço dos come lombo
Nas cercas lá da divisa não tem uma trama inteira
E as "piola" tomaram conta atando tudo as porteiras
E os "fiscal" da inspetoria vivem amolando com os banhos
Deus o livre se inventarem de virem conta o rebanho
As "oveia" é sarna e piolho a vacagem magra de fato
Coloreando no entre pernas minada do carrapato
É o ligítimo bem de viúva todo mundo mete a mão
De quarenta quadras de campo restam nove meu irmão
E a coisa vai deste jeito meio sem norte e sem rumo
Caminhando a passo largo como capão pra consumo
çççççç
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