"Passarinho" Texeira Nunes / Brandolt & Villaverde
O dia vinha clareando e prometendo ser comprido
Sai assoprando no ouvido de um rosilho descarnado
Mas do "quecho" calejado e refugado por bandido
Foi na pegada que eu disse entre risos debochando
Quem ganha a vida peonando se governa nos arreios
Abaixo de espora e "reio" se tem quatro patas eu ando
Coitado louco de fraco e com os vazios lá no fundo
Querendo "achica" o matungo atropelei num sentado
Que coiceou e caiu dobrado falando forte pro mundo
"Vamo" embora seco "véio" trato bem quem é mimoso
Mas pra ti caco tramposo que tem a fama de mau
Esfolo a cabeça a pau e esfrego os garrão no toso
Saltava esterco com barro "daonde" ele se afirmava
Num contraponto eu soltava meu trançado sem ponteira
Gritando viva a fronteira num rebencaço que dava
Dai a pouco se deu volta que baita golpe eu tomei
Atordoado levantei vendo minhas garras de arrasto
Achei a cincha e o basto e o resto não procurei
Sigo lidando na estância sem vontade e contrariado
Vendo o basto pendurado me lembro do caborteiro
Mas vou seguir de caseiro bem longe do descarnado
Nenhum comentário:
Postar um comentário