terça-feira, 24 de maio de 2011

No centro do meu mundo


                                                                Gerson Brandolt

Frente cavalo! Tu não reconhece a forma
Não te retova que hay serviço pra fazer
Vira de ponta encosta o peito no laço
Que eu quero chegar no passo antes do dia amanhecer

Já faz semana que não recorro a boiada
Lá da invernada da costa do chapadão
Uma pampeanada buenacha que é um estouro
comprada a peso de ouro para os campos do patrão

Peão que se presa acorda o sol na invernada
Põe a d 'alva pra dormir nos braços da madrugada
De fogo grande antes do cantar dos galos
Num lusque fusque de aurora já nada sentado a cavalo

Laço nos tentos, arma guapa de um campeiro
Tiro certeiro quando se aparta da mão
Nas precisão de laçar boi caborteiro
Ou curar algum terneiro das de cria do patrão

Finda a jornada me aprochego pro galpão
Ao pé de um fogo de chão sorvendo um mate sizudo
E no centro do meu mundo de galpão, campo e mangueira
Sólito toreia a lida nesta estância da fronteira 


Nenhum comentário:

Postar um comentário