Gerson Brandolt
A convivência de campo e uma vida sobre as basteiras
É do lombo destes pingos que vivo nesta fronteira
Debaixo de um chapéu grande, o basto, a rédea e o bocal
E o ensinamento dos velhos para costear um bagual
Trago tino e o corpo de gato pra lidar com estes pavenas
Pois a volta se para bruta quando se agarra um ventena
Só quando apeio no rancho sei o quanto vale a pena
Domar pra juntar os cobres pro sustento da morena
Bem estrivado nos loros a sombra pintando o chão
O bagual no corredor de vez em quando um tirão
Bem assim faço meus pingos pra encilha da gauchada
Ficam de esperar um quero se escorando nas ponteadas
Na lida se fazem cavalos pra todo o serviço de campo
De laçar, deixar cinchando,campeiros, buenos de tranco
Apartam boi na porteira sem precisar de esporas
Amagar se for preciso num palateio campo a fora
Por taura enfrento estes tigres na lida bruta da doma
Que saem rangindo basto numa cantilena chorona
Deus me deu por destino andar envidando os potros
Levando a vida nas garras fazendo mansos pros outros
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