quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Shows em Porto Alegre

Neste último final de semana, estivemos na capital, para tocar e mostrar um pouco do trabalho aqui da fronteira! Foi bem lindo! No sábado o Boteco Tchê se armou e no domingo estivemos na Pulperia Gaúcha próximo ao Lami. 


 





domingo, 12 de junho de 2011

QUANDO EMBUÇALO UM VERSO

          

Embuçalei um verso gaúcho tupetudo e macharrão
Pra cantar este meu chão reduto do homem campeiro
E encilhei um candongueiro destes de toda clina
Que saiu tranqueando miúdo e se agrandando na rima

Quando se canta seu chão o verso é com sentimento
Desquinado e com argumento e o pago santo retrata
É um par de esporas que se ata pras horas de precisão
É o mais crioulo gauchismo de um aperto de mão

Meu verso é a necessidade de expressar a palavra
É como o arado que lavra a terra para a semente
O coração da minha gente a pulsar dentro do peito
Ele vem do fundo da alma e rasqueteado a meu jeito

As coisas simples do campo é inspiração pro meu verso
Na convivência eu alicerço as razões do meu cantar
E me ponho a improvisar neste canto abarbarado
Como um pássaro silvestre de goela e bico afinado

Bem assim abro meu peito e canto de improviso
Pois necessito e preciso abrir a boca e cantar
E através da rima expressar as coisas da minha terra
Neste jeito abagualado de touro macho que berra.

Meu verso é sinuelo... Ponteiro de tropa buena!
Bagual que se asserena nas mãos do índio que doma
É enchente macarrona que leva tudo por diante
Um maneador de papada por isso que se garante


Vai aguentando os tirões sujeitando tempos modernos
Cruzador dos invernos toureando estes agostos
Tem gana de índio moço no viço da mocidade
vento que sopra forte com um sabor de liberdade.

Quem canta suas verdades merece todo o respeito
É por isto que abro o peito de cara bem destapada
Pois a coisa mais sagrada pra um gaúcho cantador
É cantar o que a alma sente com sentimento e valor.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

AGENDA DE SHOWS EM SETEMBRO 2011



DIA 12/09/ - 3º CANTO NATIVISTA DA CANÇÃO DE ALEGRETE


DIA13/09/ - PIQUETE OS CARRETEIROS - ALEGRETE

DIA 14/09/ - PORTO ALEGRE - RS

DIA 15 E 16/09/ - CTG ESTÂNCIA GAÚCHA DO PLANALTO - BRASILIA-DF

DIA 17 /09 - LAJEADO - RS


DIA 18 E 19/09/ - URUGUAINA - RS


DIA 20/09/ EM ABERTO

sexta-feira, 27 de maio de 2011

REPASSANDO A VIDA


Gerson Brandolt

Mais um dia se anuncia e me pega transnoitado
Sorvendo um mate lavado e repassando a vida
A noite fica comprida se o pensamento encilhado
Tranqueia rumo ao passado repassando a vida

Não tenho o mesmo entono carrego o corpo surrado
Quando moço abarbarado no costeio da potrada
Hoje a estampa judiada e arrocinada do tempo
Retrata no pensamento um quadro de gauchadas

É potro que arrasta o toso, um domador que se agarra
Malino que se desgarra as marcações de domingo
A enfrenada dum pingo pra ser bueno e de confiança
É a vida com seus tirões que aos poucos nos amansa

Vou eu e este silêncio amadrinhando a madrugada
Com a alma emponchada e sovada de sentimento
Desquinando um tento da lonca do coração
Sorvendo um mate saudoso no templo que é meu galpão

DOIS MOUROS

                            

Gerson Brandolt / Filipi Coelho

Tranqueia um mouro cabano velho e judiado da lida
Dos sem fim dos corredores de tantas idas e vindas
Foi cruzador dos caminhos picadas, várzeas e passos,
E cinchador de alçados na presilha guapa de um laço

Perdeu sua imponência empurrando tropa no encontro
Quem te viu batendo garra num barbaresco confronto
Depois de agarrar costeio se fez um pingo de garra
Um tigre embaixo do “arreio” quando um boi se desgarra

Dois mouros no corredor com a estampa envelhecida
Dois parceiros, dois amigos acalambrados da lida,
O tempo levou-lhes o viço e não restou quase nada
Só uma carga de lembranças que juntaram pela estrada

O moço que se fez homem entre corredor e galpão
Tinha a pureza do campo em cada aperto de mão
carrega a sina andeja de rondas e madrugadas
Conhecedor dos caminhos do ir e vir das jornadas. 

Carrega marcas do tempo e rudes traços no rosto
Pelos sóis dos verões e geadas frias do agosto
Foi índio que em outros tempos pealava de toda a trança
E fazia cavalos mansos de todo serviço e confiança

Dois mouros no corredor com estampa envelhecida
Dois parceiros, dois amigos acalambrados da lida,
O tempo levou-lhes o viço e não restou quase nada
Carregados de lembranças vão dois mouros pela estrada





quinta-feira, 26 de maio de 2011

DO PELO QUE NÃO NEGA




  Marcelo Mendes / Gerson Brandolt & Beto Villaverde

O patrão numa volteada me apareceu com um cusquito
Duma racita moderna mais parecia um sorrito 
Por serem loucos de buenos deu por ele uma exorbitância
Lidava com gado e " oveia " em todo serviço na estância

É do pelo que não nega disse muito sorridente
Pois eu nunca imaginava o que vinha pela frente
Tinha a volta do olho preta pus o nome de pirata
Que mal apeou do carro e já estraviou minhas alpargata

Para pirata! Pra trás pirata e nada de me escutar
A praga não afloxava e eu já rouco de gritar
Para pirata! pra trás pirata me disparava o arteiro
Eu fazia trocar de ponta dum laçacito campeiro

As orelhas eram enfeites na cabeça do animal
Corria tudo que é bicho e nunca dava um sinal
Terminou com minhas galinhas a criação era pequena
Fugia da cozinheira com a boca cheia de penas

Peguei um bagual gateado sestroso e passarinheiro
O cusco saltou na cola na saída do potreiro
Veiaqueou de vereda me plantou sobre um cupim
E o guaipeca desgraçado brincava em roda de mim

Para pirata!..
Se o gado tava no tronco só mordia nos "garrão "
Dava um serviço danado abichava no verão
Se saisse numa "oveia" ele arrancava um pedaço
E ligeiro como um gato pra se escapar dum balaço

Uma ' véia " solterona me pediu um cachorrinho
O danado teve sorte porque era bonitinho
" Devereda " fui no povo pessoalmente fiz a entrega
E elogiava o guaipeca que é do pelo que não nega

Amigos da cancha Reta


Muito obrigado aos amigos de Julio de Castilhos que muito bem nos receberam naquela cidade pra uma grande festa em meio ao grande prêmio de cancha reta; Em especial ao Dr. Adriano. Festa, carne assada e cantoria.

Nunca esquecendo do gaúcho Regis Paz que também nos recebeu de cara alegre e carne gorda na vizinha cidade de Tupaciretã, mil gracias pelo pelego e parabéns pela cavalhada de laço...Aquela égua baia caia bem nos meus arreios!