Embuçalei um verso gaúcho tupetudo e macharrão
Pra cantar este meu chão reduto do homem campeiro
E encilhei um candongueiro destes de toda clina
Que saiu tranqueando miúdo e se agrandando na rima
Quando se canta seu chão o verso é com sentimento
Desquinado e com argumento e o pago santo retrata
É um par de esporas que se ata pras horas de precisão
É o mais crioulo gauchismo de um aperto de mão
Meu verso é a necessidade de expressar a palavra
É como o arado que lavra a terra para a semente
O coração da minha gente a pulsar dentro do peito
Ele vem do fundo da alma e rasqueteado a meu jeito
As coisas simples do campo é inspiração pro meu verso
Na convivência eu alicerço as razões do meu cantar
E me ponho a improvisar neste canto abarbarado
Como um pássaro silvestre de goela e bico afinado
Bem assim abro meu peito e canto de improviso
Pois necessito e preciso abrir a boca e cantar
E através da rima expressar as coisas da minha terra
Neste jeito abagualado de touro macho que berra.
Meu verso é sinuelo... Ponteiro de tropa buena!
Bagual que se asserena nas mãos do índio que doma
É enchente macarrona que leva tudo por diante
Um maneador de papada por isso que se garante
Vai aguentando os tirões sujeitando tempos modernos
Cruzador dos invernos toureando estes agostos
Tem gana de índio moço no viço da mocidade
vento que sopra forte com um sabor de liberdade.
Quem canta suas verdades merece todo o respeito
É por isto que abro o peito de cara bem destapada
Pois a coisa mais sagrada pra um gaúcho cantador
É cantar o que a alma sente com sentimento e valor.
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